Porque viver é isso
Um dos pequenos prazeres da vida é dormir nua em um dia que não seja de extremo calor. Foi o que eu fiz ontem. Gua, mas por que contar sobre algo tão íntimo e assim de cara? Um grão de areia no meio de uma praia...
Esses últimos meses foram mais intensos do que eu imaginei que pudessem ser e intensidade é que nem uma moeda ou qualquer outra situação que venha a ocorrer na vida do ser humano: tem sempre os dois lados. A faculdade, pra quem vive ela intensamente como eu, é como se estivesse regendo tudo. Ela que traz aquele alívio de dever cumprido ou aquela sensação de ansiedade conturbada de "não vai dar tempo", "vou fracassar dessa vez", "não vai dar tempo" e outros pensamentos que consomem cada neurônio saudável da nossa cabeça, e o psicológico que deveria ser saudável.
Vou parafrasear o que uma pessoa especial me disse esses dias: "quando vejo que não estou estudando, sinto que estou negligenciando" e foi por conta disso que eu decidi encerrar um ciclo da minha vida a algumas semanas atrás. Eu acredito que a nossa vida é feita de momentos, sejam eles felizes ou tristes e nós temos que aproveitar cada um deles da melhor maneira possível, tirar o melhor aprendizado que puder deles e esquecer o que não deu certo, o sentimento "ruim" que ficou da sensação de não ter dado certo. Não acredito na questão de "pessoa certa na hora errada", mas acredito que cada um de nós estamos em momentos diferentes. Ora estamos em uma sintonia com o outro, ora não e isso é natural da vida. Alguns lidam bem com isso e continuam, outros não. E eu não pude continuar em um certo momento com alguém.
O Lula ganhou as eleições, eu tive umas crises depressivas porque não tive terapia no mês de novembro (consegui ficar outubro normal, equilibrada, sem passar perrengue, mas novembro já não deu, enfim... acontece) e estou chegando a mais um fim de semestre na Uece, o que considero um fim de semestre de sucesso pois eu aprendi demais, tanto com o que foi proposto pelos professores, tanto com o que aconteceu no intervalo entre uma aula e outra, com meus colegas, com abraços, conversas, risadas, pés na bunda, choros, dores, falta de voz, idas ao hospital, remédios caros e repouso em casa.
Entrei pro PIBID, não esperava que isso fosse acontecer, até porque eu atiro pra todo lado quando se fala de bolsa na faculdade (passei na prae e não fui porque já tinha sido aprovada no PIBID) e vivenciar esse tão falado "chão de escola" que os professores falam tem sido bom, já me deu resultado na aula de didática geral e acho que ano que vem dá até pra pegar umas substituições de sala de aula pra ganhar um dinheirinho extra :)
O clima em Fortaleza tem dificultado um pouco da minha saúde, a umidade desregulada tá dilacerando meu nariz e eu sigo com medo porque já tive hemorragia nasal quando era criança. Atualmente ele tá todo ferido por dentro, dói, sangra e se resume a isso mesmo. Minha irmã veio de férias passar uns dias, foi a maior felicidade da minha mãe e eu fiquei feliz demais em ver ela grudadinha com minha irmã vendo séries, dando presentes pra ela, indo ao shopping, comendo sushi, fazendo almocinho fofo e ajudei como pude porque não parei minhas atividades (e pra completar, tava em período de crise, tentei amenizar o máximo que pude).
Novembro passou literalmente voando, a semana universitária foi um sucesso e eu estive no stand da geografia hablando com muitos estudantes que acabaram se encantando com o curso (e que bom que gostaram). Eu já tô conhecendo alguns alunos do Adauto por vista, quem sabe até o final da bolsa eu consiga lembrar de algum por nome kkk falando nisso, preciso agilizar a confecção do meu projeto científico, pra ele ser um sucesso e os meninos gostarem das minhas oficinas, isso me deixaria muito feliz! Agora estamos vivenciando a copa do mundo, o lugar que tá se passando é uma merda de tão preconceituoso mas existem alguns brasileiros que burlam esse sistema (amém) e a pergunta: será que o hexa vem? Veremos nos próximos episódios né!
O ano praticamente acabando e eu não vejo a hora de dar certo pra cursar psicologia evolutiva, já tem 2 semestres que não tá dando certo e isso tá atrasando minha vida na faculdade. Ah! A especialização tá dando pra levar de boa, tô aprendendo muito mais com os colegas do que com os professores, mas o meio universitário é isso, em 4 fins de semana não dá pra aprender um mundo, a responsabilidade é toda do aluno se ele quer ampliar ou não os conhecimentos que são passados pra ele, e cabe a nós, que nos sentimos "negligenciando" ao ir ao cinema ou assistir um filme em casa, parar um pouquinho pra respirar porque estudar não é tudo. Não é.
A gente tem que se sentir um pouquinho humano de vez em quando. Encontrar os amigos, rir um pouco no caminho pra casa com alguém contando fofoca no ônibus, marcar um almoço depois das aulas, mandar um bom dia fofinho pra alguém especial, abraçar e sentir o cheiro de quem você gosta. Essas e outras pequenas coisas vão se tornando grandes quando a rotina se torna maçante. Por existirem pequenas coisas que nos tiram da rotina, ela já não se torna tão ruim assim. E viver acaba se tornando isso, principalmente pra quem como eu, decide focar nos estudos. Acreditem, não foi uma escolha fácil, ter que abdicar daquele meu lado amorzinho, de querer alguém sempre por perto pra namorar, estar junto, fazer planos a curto, médio e longo prazo, maratonar uma série e pensar (só pensar, porque não aconteceu) em assistir anime junto. Mas eu tenho que agradecer a quem constituiu o meu mês de outubro, que fez com que eu conseguisse enxergar que eu não sou só uma pedra por dentro como meu ex-namorado dizia que eu era. Eu sou e continuo sendo sentimental, tenho muito carinho e amor pra dar, beijos e abraços, palavras de carinho e afeição, cheirinhos e planos pra realizar, aquele talvez só não fosse o momento, ou a pessoa. É bom me sentir viva por dentro, poder escrever o que eu sou com convicção, saber que eu posso amar e que no momento, o que eu mais quero é me fazer grande dentro de uma carreira profissional que vai me acompanhar pelo resto da vida, seja o tempo que me resta curto ou longo. Enquando isso, eu vou construindo meus sentimentos dentro de mim e quem sabe um dia poderei compartilhar com alguém novamente.
Porque viver é isso. Nunca sabemos quando ficamos ou vamos.
Assinado, Joice.
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