Eu estou indo...
Sem muito enxergar o rumo, mas estou indo.
Com saudade de muito e de muitos, com o coração partido e se reconstruindo, mas indo. Sempre indo.
É tão estranho quando a gente se enxerga sozinho no meio de uma estrada tão grande, tão larga, onde aparecem bifurcações que nos põem em dúvidas mas que não há muito tempo para se pensar, somente tempo para se decidir...
Eu já entendi que a vida é muitas vezes sobre se jogar, mas muitas vezes eu só queria um colo pra me deitar e ficar em silêncio e chorar. A água doce é sempre melhor de beber, mas eu tenho sentido mais gosto salgado do que doce e uma falta de apetite maior do que o normal. Os remédios em dia, a queda de cabelo escassa, usando sempre as melhores roupas, o melhor perfume e as melhores expressões, incluindo um bom batom para esconder a palidez.
Costumo dizer que "a vida é isso", seguida de uma frase de conforto para que eu e a outra pessoa nos sintamos bem apesar do cansaço que os dias e a solidão têm nos causado. Mas, por que as vezes parece ser tão difícil? E eu estou apenas indo, no fim das contas, para um lugar que não sei onde vou chegar.
Eu escrevo coisas no quadro-branco do meu quarto, apago, escrevo novamente, estudo, ligo o computador, desligo, suspendo o sistema, religo, deito e olho pro teto e respiro fundo. Ouço músicas aleatórias que nem sempre condizem com meu estado de espírito mas tento fingir demência, porque tem momentos que a vida pede isso de nós. E assim eu vou indo...
Ir. Nós vamos para onde? Vamos parar aonde com tudo isso?
Quantos dias de calor já sofremos com o sol, quantos dias de chuva já molhamos as pernas das calças a ponto de reclamar. Estamos no final das contas sempre reclamando, lamentando e pouco agradecendo, mas por que será? Será que ir é tão necessário assim? Será que eu não posso simplesmente parar?
Eu sei que você já se sentiu como eu em algum momento e hoje pode estar melhor, mas em algum outro momento pode estar com medo de se sentir assim novamente. Tudo bem, faz parte. É como Coldplay canta, "ninguém disse que seria fácil, mas também ninguém nunca disse que seria tão difícil". É muito clichê da vida ter desafios para se vencer todos os dias, para no fim da tarde/começo da noite a gente começar a sentir o cansaço nas pernas e começar a desejar nossa cama e simplesmente capotar, mas na hora de dormir as inquietações da nossa cabeça não nos deixam relaxar. O que será do nosso amanhã? Será que estamos sendo felizes? O que estamos fazendo aqui, agora? Será que tudo isso faz sentido? Quando tudo isso vai fazer sentido?
Sâo tantas perguntas que nem sempre temos uma resposta exata, o que nos sobra pra fazer é um tempinho pra ler alguma besteira, nos iludir com um filme de romance ou no meu caso, tentar assistir um filme de terror e dormir nos primeiros 10min.
Estamos no meio de tantos de nós, mas ao mesmo tempo tão sós. E vamos indo, independente de qualquer circunstância, do amor, da dor, da falta, do excesso, e do completo vazio.
Apesar de todos os pesades, eu estou indo. Agora.
Assinado, Joice.
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