Abalos sísmicos
Aquela história de que "cada pessoa é um mundo" nunca fez tanto sentido. Se cada pessoa tem/é um mundo, nesse mundo existem territórios que com certeza em algum momento serão impactados por alguma atitude ou situação, natural ou antrópica.
O meu mundo, agora, se encontra em um abalo sísmico.
Quando minha pressão cai, parece que a qualquer momento todo o resto do mundo vai cair junto. E como as placas tectônicas, em um ato de choque, minhas mãos tremem: como um terremoto. Nesse instante eu só queria chorar. Nesse momento eu me sinto como um planeta, sozinho, que talvez não tenha nenhum satélite natural que me faça companhia. Indefeso, à mercê de uma chuva de meteoros imprevisível, que em algum momento vai deixar marcas em mim, algumas até eternas.
Me pergunto a todo instante se todo o sofrimento que passo é por minha culpa, onde foi que eu errei, onde que eu pequei ao tentar amar, ao tentar expressar meus sentimentos e não ser entendida, não ser acolhida. De que vale a pena essa vida de inconstância, a ponto de ser traída, agora com a confiança destruída? As vezes penso que a única coisa que me resta é um apocalipse, que extermine qualquer fragmento meu que ainda esteja orbitando pela Via Láctea. Sinto que não valho de nada, me sinto enganada.
Ou até mesmo desenganada.
Quanto mais eu procurava o amor, aparecia um empecilho que me fazia desacreditar dele e eu me via sozinha mais uma vez. E ainda me vejo sozinha. Longe de qualquer zelo, carinho, atenção, de alguém são para entender que seus atos impulsivos podem me abalar, podem me matar aos poucos. Fico me perguntando se a dor que a Terra sente quando é maltratada, esquecida e suja pelos seres humanos é a mesma dor que eu sinto quando sou machucada por alguém. Isso me deixa tão cansada, tão desacreditada. Só queria um vulcão que exterminasse minha vida por completo, pra não ter que vivenciar tanta tristeza e decepção na minha vida.
Ou um grande terremoto que me quebrasse ao meio.
Assinado, Joice
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