O sentimento que me faltava
Não é novidade pra ninguém (pelo menos pra quem convive comigo) que eu andei oscilando com a minha saúde e não, eu não sou mais de andar postando sobre essas coisas. Mas eu preciso introduzir esse texto falando sobre isso, porque tudo o que eu passei antes do/de hoje, fez com que o sentimento que nasceu em mim faça mais sentido a cada minuto que passa.
Foram dias tomando antibiótico, anti-inflamatório, vomitando a água que eu bebia, tendo falta de apetite, sensação de febre e de não querer existir mais. E acima de tudo, tive que continuar mantendo minhas responsabilidades na medida do possível, porque a vida não pára quando você adoece. Mais uma vez eu consegui passar por isso. Alguns podem dizer que meu santo é forte, mas nem em santo eu acredito e não sou contra quem acredita. Contudo, aquela frase de "quem cuida de mim não dorme" parece ser real, e se você não acredita em Deus, creia que existe uma força superior que rege o mundo e que nada do que acontece é por acaso, porque realmente não acontece e eu sou prova disso.
Tudo o que tem acontecido nas últimas semanas tem sido prova de que nada é por acaso e para vários céticos, é normal acreditar em acaso ou sorte. Já eu não acredito nisso, mas também não esperava que a recompensa de passar por tantos dias ruins pudesse chegar em algum momento. Queridos, as recompensas chegam. Mesmo que eu ainda esteja me restabelecendo, as coisas continuam acontecendo, só que agora, de uma forma mais livre e leve. Meu coração sente todo tipo de vibração, assim como o violino sente o vibrar de suas cordas, singelamente. E o que vai acontecendo, ficando mais claro.
Talvez a primeira coisa que eu tenha que fazer é lembrar que se perdoar pelo que não deu certo, por tantos dias que forem necessários, é o que nós devemos fazer... Além da saúde física, o nosso coração precisa se perdoar pelo que não consegue dar conta, pelo que não deu certo, pelo que não dependeu só de nós fazer, principalmente quando nossa intuição avisou desde o começo que não ia dar certo e a gente seguiu em frente, indo contra a maré talvez por rebeldia, talvez por achar que algumas situações fossem mudar. Hoje mesmo dialogando com minha mãe, percebo o quanto ainda não sei dizer não e na mesma intensidade, me falta ter forças para dizer sim à minha intuição. Entretanto, com a idade que eu me encontro, sinto uma necessidade imensa em ser realista comigo mesma e ao mesmo tempo dar ouvidos ao que eu sinto. E seguindo esse pensamento, hoje cheguei a uma conclusão que o sentimento que me faltava era liberdade.
É difícil quando nos sentimos presos às nossas decisões, mesmo que seja pensando no nosso bem. Semana passada na terapia eu fui abordada com essa pergunta, "Se você sabia que não ia dar certo, por que foi em frente?" e mamãe costuma dizer que eu muitas vezes prefiro sofrer do que ouvir minha intuição. É triste quando ouço isso, porque sinto arrependimento, culpa, tristeza, alguns minutos de ira e vontade de chorar (o que é mais comum nos meus episódios de depressão ou de tristeza). Eu poderia colocar a culpa de todos esses pensamentos na crise dos 30, só que nem sei se ela existe mesmo kkk o que eu sei que existe sou eu, sensível, intuitiva, com sentimentos e um coração que muitas vezes parece maior que eu, apesar de eu não demonstrar tanto (e creio que demonstre pra quem realmente importa e vá cuidar dele).
Tive uma decepção muito grande recentemente, com uma pessoa que achei que era "amiga" e hoje sei que não, que as pessoas podem nos enganar facilmente, mesmo com a intuição aguçada como a minha, isso me fez muito duvidar de mim. Porém, eu não saí perdendo tanto nisso, a minha índole se mantém intacta e de presente, depois de um furacão atrás do outro, eu vi o arco-íris em um lugar que achava que não pudesse tocar, mas sei que posso, que é possível. Eu acredito tanto em mim nesse momento que as vezes parece estranho ter esse sentimento positivo, mas sei que não é um problema. É a solução de tudo. O sentimento que me faltava, é algo que eu posso ter pra sempre se eu souber cuidar, se eu puder contar com as pessoas certas, se eu continuar sendo a pessoa que eu sou e que tantas pessoas admirem, mesmo sabendo que eu não sou forte o tempo todo (e todos acham que eu sou, mas não).
O sentimento que me faltava, eu não quero que falte mais. A vida agora tem um novo sentido.
Desde a semana passada com 31, posso dizer que a "crise dos 30" nem passou perto de mim hahahahahahahah Agora a "crise dos 21" ou a "crise dos 28" isso eu já não posso negar que existe, ou pelo menos, podemos utilizar essa nomenclatura para aquilo que eu sempre defendo que na verdade não é uma crise e sim uma reformulação de nós mesmos. Lembro que por mais que invocasse a logica em tudo, quando me aproximei dos 18 secretamente esperava que houvesse alguma mudança e o que aconteceu? Absolutamente nada hahahahahahah dai passou os 19, 20 e quando cheguei aos 21 algo mudou, não sei bem explicar, mas houve uma reformulação monstruosa na minha mente e isso se repetiu aos 28 quando após uma fase tenebrosa da minha vida, meio que passei a olhar para mim com outros olhos, olhos mais compreensivos, carinhosos, empáticos, orgulhosos...Então talvez você esteja sim tendo uma "crise dos 30" mas ao contrário daquilo que socialmente somos ensinados e o próprio termo "crise" invoca, na verdade, essas são fases onde apenas existem mudanças naquilo que somos, pensamos e buscamos e não necessariamente elas precisam ser negativas.
ResponderExcluirQuanto as decepções com pessoas, isso não tem muito jeito e pior ainda quando se trata de amigos, afinal, quando maior a proximidade e a entrega, maior a decepção, até por isso acho meio questionável essa ânsia que nos últimos anos cresceu na nossa sociedade de culpar géneros por decepções amorosas, quando na realidade isso acontece meramente porque é quem nos relacionamos maioritariamente. Porém, o mais importante quando temos essas decepções é justamente entender que aquele velho cliché de quem saiu perdendo foi o outro é bem verdadeiro, pois o erro não foi nosso, então não cabe culpa ou dores, cabe apenas reflexão, uma mudança natural do circulo de amizades e reencontrar novos caminhos a serem percorridos tanto com aqueles que ainda valem a pena manter por perto, quanto com o coração aberto (no momento certo para cada um é claro) para novas amizades e experiencias.