Eu lamento

Mas não tenho mais capacidade de pedir desculpas por algo que não fiz.
Já é claro como água, na idade que estou, diferenciar onde eu erro e onde o outro se queixa de algo que não vem de uma atitude minha, onde eu só reajo. Sei que para muitas pessoas é difícil entender a si, como é difícil entender que muitas vezes é preciso insistir na solução de um problema quando estamos normalmente, cotidianamente, fadados a aceitar a velocidade do outro, das burocracias. Sair da zona de conforto não é para todos, é para poucos e nem sempre a ira é suficiente. As vezes o senso e a calma precisam falar mais alto.
Eu lamento não poder ser a solução pros problemas de tantas pessoas que estão ao meu redor. Nem sempre eu sou solução pros meus próprios problemas, então por que eu seria a solução de alguém? Eu aprendi que em diversas situações a gente tem que sair do papel de vítima e encarar os fatos: se eu tenho algum incômodo comigo, nem sempre o outro é o problema, nem sempre é o outro que causa. Uma vez eu li na internet (não lembro onde, nem quando) que as vezes o que nos incomoda no outro é o que temos dentro da gente. Se você se incomoda com meu jeito de falar, com minhas ações ou até com a falta delas, será que não é isso que você tem dentro de si? É complexo parar pra pensar essas coisas, mas acho que o domingo é feito pra isso kkk
O que eu venho aprendendo sobre mim talvez não caiba numa postagem, numa folha de caderno, num desenho ou numa música, mas é algo que me satisfaz. Compartilhar das terapias, dos conflitos de trabalho, das experiências de vida, é algo que me deixa viva e ao mesmo tempo consciente de que eu posso ser o meu próprio problema, ao mesmo tempo que nem sempre sou o problema da vida do outro e isso me deixa feliz :) Isso me deixa feliz a um ponto de que eu não me abstenho de sentir uma chateação, por medo de desagradar o outro. E quando alguém se distancia, é por vontade própria, porque eu tenho convicção do que eu sou, das minhas certezas, me responsabilizo pelos meus sentimentos e por assumir quando realmente vacilo.
Mas lamento, lamento por não poder mais ser a Joice de 5 ou 10 anos atrás e ir pedir desculpas por coisas que eu não fiz, por me responsabilizar por atitudes que eu não tomei, nem que causei. Lamento por não poder ajudar quando a pessoa não quer ser ajudada e vê prazer em se queixar; lamento por não ter mais vontade de sugerir soluções que talvez alguns não queiram e lamento também por talvez isso demonstrar apatia, falta de interesse, mas como já dizia Newton em sua 3ª lei, quando aplicamos uma força sob um corpo, recebemos desse corpo a mesma força.
Ainda tem aqueles bônus, da gente receber algo que a gente não deu! A vida é injusta mesmo, não é? Ontem mesmo vi um vídeo numa rede social que falava sobre "não dar pérolas aos porcos", e quando a moça começou a explicar, me identifiquei totalmente. Isso me fez pensar que a vida não deve ser feita só de lamentos, porque como já falei, ela já é injusta o bastante e o que sobra de nós, seres humanos insatisfeitos com essas injustiças, é buscar o contrário, e não só lamentar!
Por fim, eu lamento, mas não vou mais lamentar por coisas ou pessoas que não enxergam a boa pessoa que sou, o amor que eu carrego, a paciência que eu tenho e a paz que eu prezo.
Aqui, um lembrete do vídeo que vi, para nunca mais esquecer:

"Não insista em quem não tem a mesma intenção que você;
Não fale com quem não quer ouvir;
Não flerte com quem não te deseja;
Não ofereça para quem não valoriza;
Não ensine a quem não quer aprender;
Não presenteie quem não agradece;
Não ajude quem não se ajuda.
Respeite a si mesmo e valorize seu tempo!
Só se coloque em situações e lugares que te fazem evoluir e prosperar."

Assinado, Joice.

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