O que vem depois?
AVISO: Esse é um texto bem longo. Pegue sua bebida preferida e se deleite.
Desde o começo do mês de agosto essa pergunta vem ecoando na minha cabeça...
Em julho foi tudo muito intenso: os ajustes, reajustes, defesa, entrega e aceite do TCC na biblioteca; encerramento de semestre na faculdade, no trabalho e o recesso que só consegui descansar na segunda (e última) semana de folga; aquele velho sentimento que divido com meu eu interior que “estou negligenciando tempo”, quando o que eu mais devia era simplesmente me desligar do celular e do mundo para respirar e me reconectar. Tentei. Mas já foi.
O ciclo da graduação está enfim se encerrando. Em meio a pressões vindas de todo lado, de comentários que “ela sonha pouco”, ter que aturar terceiros querendo apressar coisas que só eu deveria me preocupar, desviadas de stress alheio, vozes em volume moderadamente alto e portas batendo, chegou o momento de eu focar em mim mesma, mesmo que mais uma vez venham mais críticas destrutivas.
Toda caminhada que a gente faz tem um significado, e essa minha foi longa - mas desistir jamais era uma opção. Em momento algum pensei que fosse fácil e ainda teve a UECE dificultando mais (pela falta de professores), mas eu aceitei e fui. No começo eu fui sozinha, fosse nas minhas alegrias ou nas minhas tristezas, abri muitas latinhas - mais energéticos do que cervejas - e saí bem pouco nos últimos 3 anos, mas não foi algo que senti tanta falta. Lembro que quando consegui uma bolsa no PIBID - creio que minha maior conquista - e recebi meu segundo feedback (melhor do que o primeiro, diga-se de passagem), eu falei que aquilo tinha sido resultado de dedicação e renúncia, porque eu abri mão de momentos e pessoas para me dedicar à realização de um sonho que sempre foi importante pra mim, mesmo não acontecendo no tempo que eu queria.
Essa caminhada foi bastante significativa não só por eu ter enfim a concluído: teve o insight de que muitas vezes o apoio vem de quem menos imaginamos, a confirmação de que família pode ser sim quem a gente escolhe, que a responsabilidade das coisas darem certo na minha vida – a maioria das vezes - só cabem a mim mesma e que não acabou por aqui. É, o “aprovado” do TCC e o fim do curso foram só mais uma fase da minha vida, e como eu ainda vivo, virão outras, consequências dessa fase que eu tô encerrando. E sabe de uma coisa? Tenho a impressão que o destino tá me dando um presente: uma colação de grau presencial. Conclui o bacharelado em Geografia durante a pandemia e tudo foi online; agora vai ser um agregado de gente enorme no ginásio da universidade, do jeito que era pra ser em 2021. Como tudo devia ser.
Eu não prevejo o futuro, nem tenho alguém que pode me dar certeza do que vem pela frente, mas talvez agora eu consiga ver uma vida que provavelmente seja mais calma. Na última semana de julho foram muitas correções necessárias e lembro das tantas vezes que minha orientadora falava na época do PIBID (como coordenadora), que
“Futuramente vocês (bolsistas) vão sentir falta de alguém os orientando no que fazer, como escrever, indicar melhorias em alguma apresentação ou resumo expandido escrito. Valorizem esse momento.”.
É professora Tereza, a partir de agora serei só eu, pra ter tato para além das mãos e ver onde posso ou devo melhorar, o que devo acrescentar, seja nas linhas, na minha vida ou na sala de aula para meus (minhas) estudantes perceberem que a Geografia é necessária pra entender o dinamismo do mundo com um pensamento próprio e crítico, e isso vai demandar mais estudo da minha parte, porque professor é uma profissão que nunca para de estudar. E eu curto isso: ler, me informar, estudar, ter a inteligência e a intelectualidade como características marcantes da minha personalidade.
Por ora, o "depois" tem sido de solitude, e graças a Deus eu tenho me saído bem comigo mesma. Vou poder articular melhor meu tempo para poder me exercitar, cuidar da minha saúde física e mental, voltar a ler livros que não sejam somente acadêmicos, voltar a rabiscar, me fortalecer psicologicamente e espiritualmente, quem sabe até mesmo começar uma nova série - ou só esperar os episódios finais de Stranger Things ansiosamente. Se parar pra pensar direitinho foram diversas coisas que fui deixando de lado pra concluir a graduação, mas além de trabalhar para conquistar o sonho da estabilidade financeira, acho que agora vou poder visitar mais o mundo que está ao meu alcance, mesmo que de forma modesta (por enquanto).
O depois chegou, e o que eu encontrei foi uma Joice que ainda anseia por tanta coisa. Agora eu vou ter mais tempo pra escrever! Quem sabe até ter um projeto diferente de escrita, mais ousado até. Não sei. Mas por aqui eu vou aparecer mais vezes :)
Obrigada por me ler até aqui, por enquanto é só e até mais.
Assinado, Joice.
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