Dói. Mas tanto faz.
As minhas costas doem um pouco. Sei que a maioria das
pessoas que conheço estão dormindo agora, mas o portão daqui do condomínio
ainda está abrindo um momento ou outro, mesmo sendo mais de 1h da manhã.
Na postagem passada eu citei o quão cansada estou de algumas
coisas na minha vida, senão todas elas. A dor só ressalta que continuo da mesma
forma. Alguns sofrimentos foram amenizados no começo da semana, amanhã (ou
hoje) já é quarta e ainda tem um monte de coisas pra resolver. Tudo bem, a vida
de artista é assim mesmo.
Hoje lembrei da minha vó Iraci, o quando a amo, o quanto ela
faz falta e o quanto a minha vida não tem feito muito sentido. Algumas pessoas
morrem e são livramentos, outras nos deixam desarmadas no meio de uma guerra
fria que é a vida. Eu era tão nova quando minha vó morreu que eu mal fazia
ideia da falta que ela ia fazer. Eu lembro do meu pai, que ainda é vivo, mas
parece que por dentro está morto desde que minha vó Alzira morreu, tenho a
impressão que ela era o chão dele (e as paredes e todo o conteúdo dele).
Estou em uma constante montanha-russa, assim como várias
outras pessoas (como você talvez também esteja [ou não, assim espero],
enfim...), então como é de praxe, ficar doente acontece. Fiz uma drenagem há
alguns dias atrás e isso me deixou um pouco pensativa (nem lembro se citei isso
na postagem anterior, mas whatever). Fico pensando no quanto a vida é frágil e
em quantas pessoas devem ter passado pelo mesmo problema que eu e não tiveram a
mesma oportunidade, continuaram sentindo dor e talvez nem medicação puderam
tomar.
Esses últimos dias tem chovido muito em Fortaleza e, o que
dizer sobre uma cidade que não está preparada para um evento tão raro e
arrebatador que é a chuva? Sinto muito, somente. No caso, todos nós sentimos diariamente
ou a cada sereno de 10min que acontece.
O meu mundo pode até não
ter desabado como as milhares de casas que desabaram em alguns estados
do Brasil, por causa da chuva, mas dentro de mim parece que passa um furacão
quase todo dia. Não consigo entender o porquê exatamente, entretanto tenho
parado pra analisar os fatos. Percebo que ora tenho muita sensibilidade, ora me
sinto a pior das criaturas de tanta frieza que transpareço e eu vejo que fico
assim, meio que um pé atrás sempre, em todas as situações. Acho que as pessoas
não percebem (sorte a minha), mas pra nós, depressivos e ansiosos, é sempre um
aperto no peito e no c* quando temos que tomar alguma decisão importante,
quando temos que assinar algum documento ou juntar documentos pra entregar,
quando vamos preencher algum formulário online que meche com a nossa vida,
quando temos que contar sobre nós mesmos.
Esse ano comprei mais um caderninho pra poder anotar só TUDO
o que vem na cabeça, meus compromissos, colei um calendário daqueles que vem em
ímã de geladeira pra ir riscando os dias que vão passando e até agora o saldo
é: Fevereiro tá voando, literalmente; a maioria dos compromissos que anotei no
caderno realmente fiz; algumas surpresas boas aconteceram e outras nem tanto,
mas tá dando pra sobreviver; fiz o primeiro (e espero que único) trancamento na
faculdade, o TCC vai ter que esperar, pelo bem da minha sanidade mental. Sinto
cheiro de novos projetos vindo por aí e sim, eu estou de braços abertos para
que coisas que me engrandeçam como pessoa venham e eu possa contribuir pra
ciência ou pra sociedade. Ah! Consegui uma vaga pro coletivo de cordas no IFCE.
A música me cativou e eu espero que eu possa me tornar cada vez melhor com o
violino (mesmo as vezes passando dias seguidos sem pegar nele, péssimo isso).
Andei me sentindo incapaz, insuficiente e quis desistir de
tudo algumas vezes, isso meio que aparentou uma recaída de depressão.
Entretanto, antes que pudesse piorar, eu respirava fundo e usava meus
remedinhos que dr. Rodrigo me passou ano passado. Eu não gosto de tomar
remédios e acho que sempre sentirei a pressão da família (vulgo mãe) pra que eu
deixe de tomar, contudo eu vejo o quão equilibrada eu fico pela manhã, por
tomar o de todo dia, e quando eu to sem conseguir dormir, tomo um outro
específico que não é cotidiano.
Contar sobre o que vem acontecendo comigo não me torna uma
pessoa melhor ou pior, só gostaria de compartilhar alguns momentos com alguém
que possa estar se sentindo atarefado demais, ou triste demais, ou com medo de
desistir. Eu tive vontade, se der mole eu tô querendo desistir de algo
EXATAMENTE agora, porém, algumas das várias coisas do mundo só dão certo quando
você dá sua cara a tapa (metaforicamente). Não é tão simples como digitar aqui,
eu sei que não, mas ficar só deitado esperando que os problemas sumam não
adianta de nada; eu fiz isso semana passada e me senti completamente pior do
que eu já me encontrava. A compulsão alimentar as vezes fala mais alto e se
você tem também, recomendo que beba água. Hidratar-se é bem melhor que comer
doce e mesmo que água não tampe o vazio que você tá sentindo, você tá salvando
seus rins. Tem coisas dentro de você que dependem das suas ações aqui de fora,
sejam órgãos ou bactérias. Vidas precisam da sua vida e você precisa agir,
precisa levantar e precisa tentar dar a volta por cima, mesmo que ache que o
choro não vai cessar, que a saudade vai te matar e que o mundo parece acabar
mesmo você sentado no sofá.
Quem vai acabar é você, se não tentar fazer diferente. Força
aí que vai dar certo.
Assinado: Joice
Comentários
Postar um comentário