A faculdade depois da crise

Nunca é fácil dizer pra um professor meu o que aconteceu na aula anterior, pra justificar porque eu faltei e hoje eu tive que falar isso pra uma das professoras mais temidas do curso. A tia Lúcia (como eu gosto de chamar), mais conhecida como Lúcia Bruta (como a maioria dos colegas de curso gostam de chamar) foi super receptiva comigo. A gastrite nervosa ataca quando eu fico nervosa (obviamente) e eu logo fico enjoada e com a boca do estômago dolorida, foi o que aconteceu na terça-feira passada, fora a vontade imeeensa de ficar deitada no tapete da sala sem a TV ligada, olhando pro teto ou simplesmente dormir. Dormir, dormir e dormir. Fico me perguntando porque o sono constante é uma característica e sintoma tão forte e presente da depressão. Hoje mesmo eu acordei com a sensação e aparência de olhos inchados como se tivesse chorado horrores, mas não, foi só uma noite que eu não senti sono. Tomei o remédio que o novo psiquiatra passou (Dr. Tony, que tem vício de passar a mão na cabeça) pra quando eu sentir insônia e pasmem, ele não funcionou. Recorri ao remédio que o Dr. Rodrigo (o psiquiatra calminho e fofo da UFC) me passou, e funcionou. Obviamente o remédio que o Dr. Rodrigo me passou é bem mais pesado, ele pede que eu divida um comprimido em 3 pedaços e tome 1 pedacinho quando eu tiver sem sono (50mg, não vou citar nomes por questão de ética).
Eu me sinto fraca, muito. Agora mesmo eu to no laboratório de geoprocessamento, obviamente na aula de geoprocessamento esperando o professor de prática, com vontade de chorar, lembrando que semana passada eu tava muito mal, com vontade de não existir mais e no final das contas, meu plano falhou novamente. Chorei, chorei e chorei, e hoje a cabeça está chorando novamente, porque as lágrimas não conseguem sair (a cabeça dói). Fiz uma tabela com todos os remédios que tenho que tomar por dia, pra ter um controle exato. O Dr. Tony disse que nenhum deles vai alterar meu peso corporal. Antes eu tomava só 2, quando tinha insônia forte +1 e hoje, 5. Não é uma evolução nada feliz. Me sinto pior, infeliz, incapaz, insuficiente, mais doente e apenas existindo.
Minha mãe veio do interior pra passar uns dias aqui e eu acho totalmente em vão ela passar esses dias aqui porque a presença dela não vai expulsar os males que tem dentro da minha cabeça (me perdoa mãe, a senhora não merece isso, mas é a verdade, a senhora sabe que eu não sei mentir).
Ao mesmo tempo que eu transbordo tristeza, eu pude perceber quem tá comigo, mesmo de longe. Acho que hoje o que eu mais quis dizer aqui foi sobre a tensão de voltar a ativa. Senti o fracasso na pele e no coração de ter falhado no meu plano novamente e o pior, ter trazido minha mãe pra ficar no meu pé aqui de novo desconfiando de mim, sendo que ela aqui ou não, eu vou ter os mesmos pensamentos, tristezas e decepções comigo mesma. Eu agradeço a tia Lúcia Brito pelo acolhimento, a Bia Vasconcelos por ter me abraçado hoje (ex-namorada do Gustavo, meu professor de violino), que antes eu achava estranha e hoje em dia quero ela no meu ciclo de convívio SIM, mesmo eu achando difícil porque sou introvertida. Agradecer mais uma vez ao Sílvio por ter estado do meu lado, por ter me abraçado hoje na faculdade como se nada tivesse acontecido, por ter me tratado com naturalidade e como adulta que sou, me entendendo o quão é difícil viver quando o que eu mais queria estar era morta.
A vida segue, mesmo sem eu ter vontade de estar.

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