Dias de vazio

Eu nunca mais tinha sentido o que venho sentindo há mais de 3 semanas. Tentei colocar uma música para poder melhor escrever mas tô me sentindo desconfortável com o som. Infelizmente as vezes tem desses dias que nem música me alegra.
Hoje acordei melhor, comparado ao dia de ontem, que foi muito tenso. Eu penso que isso pode colaborar para que meu desempenho no trabalho não seja bom, que minha chefe venha reclamar de mim ou que eu possa ser despejada. Por um lado eu me preocupo, por outro não. Sei que em algum momento eu vou sair daqui por questões acadêmicas e já tô me preparando pra isso. Hoje uma paciente mentiu na cara dura, na hora que a dra. tava aqui comigo. Gente, odeio quem mente e mais ainda quem mente na minha cara.
No fundo eu vi que eu não tava errada, afinal eu recepciono as pessoas e cumpro com o que me foi passado. Se minha chefe quer alterar, joinha pra ela. Se não, joinha pra ela também. E como eu disse, eu tô melhor que ontem, não tô apreensiva, nem peocupada, nem temerosa, só quero que o dia termine, que eu saia daqui, vá fazer minhas coisas, talvez passeie com minha cachorra e pronto.
Mas o título continua sendo sobre os dias de vazio que eu tenho sentido.
Ontem eu tive uma chateação imensa, a qual nem vou citar os detalhes aqui, mas a tive. E o que eu mais queria era sumir do mundo, enfiar minha cabeça dentro de um buraco, pensar que poderia ser engano, que não foi aquela pessoa que me magoou e eu enfim, consegui fugir. Fui pra casa de um amigo meu e lá eu fui acolhida, de verdade. Eu ainda tenho muito senso de responsabilidade afetiva, de responsabilidade no geral e eu fui lá pra chorar, pra desabafar, pra ficar irritada e ao mesmo tempo pra ouvir alguma coisa. E eu ouvi que eu não tava errada. Enfim alguém que pensou como eu penso, alguém que viu o que eu estava percebendo também. Falei com minha psicóloga e ela disse que a situação realmente estava errada e mais uma vez eu me senti tranquila, onde toneladas de pesos foram tiradas das minhas costas, ombros e consciência. Depois disso, na casa do meu amigo, eu deitei no chão, olhei pro céu e vi a Lua sendo coberta pelas nuvens.
O mundo gira, as coisas vão passando, os momentos, as situações, episódios de felicidde e de raiva e eu ainda não entendo como existem seres humanos que querem complicar mais a vida, quando ela já está complicada por si só. Que querem ver coisas onde nada existe, querem fazer comparações exdrúxulas e o que é pior, onde não se pode fazer comparação. Isso me cansa um pouco e também me deixa alerta para dar foco maior à minha paz de espírito. Estou numa luta constante com o plano de saúde para conseguir as receitas para comprar meus remédios e calmantes. Tá praticamente horrível viver sem remédio, me sinto o dr. House sem os analgésicos dele. Essa abstinência forçada tá doendo na minha alma, em todos os meus dias...
Quando eu tô nesse estado, o que eu menos quero é confusão, discussão, debate, desentendimento. Eu já tô caindo os cabelos de não querer saber de desperdiçar tempo com briga, e ainda me chatear nessa altura do campeonato, infelizmente a pessoa foi um pouco sem noção quando proporcionou esse momento. Caso essa pessoa leia, gostaria de dizer pra ela que ela simplesmente está fugindo dos compromissos dela para comigo; faltou respeito, porque eu não sou qualquer coisa e nem qualquer uma. Eu mereço respeito por ser quem ela diz que eu sou na vida dela e se ela não se toca disso, tá precisando colocar os pés no chão pra entender que a vida não gira em torno do transtorno dela, como eu sei que a vida não gira em torno do meu, por isso eu tô louca correndo atrás de uma consulta com psiquiatra.
Falta de respeito, de consideração, de satisfação e senso de posicionamento na vida de alguém são coisas sérias. Acho que se a pessoa não tá apta a honrar os desejos dela, os compromissos dela, deve repensar o que fala, o que se compromete a fazer e as decisões que tomou.
Nesse caso, eu sigo muito triste e chateada, porém de consciência limpa de que o que eu fiz não foi nada de horrendo e nem controlador, eu só busquei ter o básico, respeito pela minha saúde e pela minha posição dentro da vida de alguém. E o resto, infelizmente é o que eu tô tendo que levar com a barriga, como pequenos percalços que ainda aparecem no trabalho, ônibus lotado, cachorra me atacando, silêncios que ensurdecem, angústia e aperto no peito. Muita coisa pra dizer que tô passando dias de vazio, não é? Não... continuo sentindo vazio, sensação ruim que me persegue, que eu tento não sentir, que eu tento esquecer e que eu vejo que tenho que lidar com isso só, porque quem disse estar ao meu lado simplesmente diz que não sabe como lidar com isso e nem busca pegar na minha mão e dizer "eu estou aqui mesmo que não saiba o que fazer". 
Ainda bem que existe um dia após o outro para que várias pessoas assim aprendam. Foda é ela não querer aprender e só querer olhar pro próprio umbigo.

Assinado, Joice.












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