Vez ou outra, deprimida.
Eu passei no vestibular da Uece. Era pra ser um dia feliz ontem, quando eu descobri. Quando vi o resultado, instantaneamente chorei porque não acreditava que isso pudesse acontecer, apesar de eu já ter passado na 1ª fase (sem esperar também) e ter tirado uma boa nota na redação, ainda tinha minhas suspeitas de que isso pudesse acontecer.
O dia não pôde ser feliz como eu gostaria que fosse, porque ainda estava (e estou) deprimida, por causa da Lady, por causa da vida e por causa do Edil, porque não estamos tendo uma boa comunicação. Ontem comprei um lanchinho pra poder “comemorar” com ele, mas enquanto esperava ele, acabei dormindo e ele não me acordou quando chegou. Simplesmente foi dormir na cama e me deixou no sofá.
Fico bem chateada quando isso acontece porque eu fico totalmente quebrada quando durmo a noite toda no sofá e ele sabe disso. Ele sabe tantas coisas sobre meus problemas de coluna, minhas dores, que eu tava de TPM e que fico sensível com isso e estava ainda mais sensível devido a morte da Lady, mas as vezes parece que ele não liga muito pro que eu digo. Sinceramente fico me perguntando se ele liga pro que eu sinto, pro que eu falo, se pra ele é relevante como eu sou fisicamente e como eu me sinto mal fisicamente também. Como eu tenho ficado cansada porque trabalho longe, como o meu cansaço mental afeta meu físico e eu fico no extremo do cansaço, muitas vezes faço as coisas em casa por obrigação, pela responsabilidade que eu tenho que fazer e o que me chateia: ter combinado com ele dele cozinhar e estar há 2 dias sem arroz pra levar pro almoço. Ou seja, se vira né amiga?!
Depois que eu descobri que passei no vestibular, soube que vem por aí 6 meses que eu vou ter que ter MUITA força pra poder superar, porque vou trabalhar o dia todo numa ponta da cidade e no final da tarde sair correndo pra ir até a outra ponta pra estudar. Estudar à noite nunca me passou pela cabeça mas pela licenciatura vale a pena, pelo meu futuro profissional vale a pena com certeza. Ainda bem que hoje eu tenho mais experiência de como agir quando as coisas estiverem apertando, de poupar dinheiro pras finanças não sofrerem tanto quando eu tiver sem trabalhar e somente estudando, correndo atrás de ser o melhor de mim. Isso muitas vezes me faz esquecer que eu estou deprimida e também me faz pensar na época em que eu morava sozinha, quando as coisas eram feitas só por mim e mesmo assim as coisas davam certo, eram organizadas, eram leves e eu não precisava entrar em possíveis conflitos com meu namorado.
Em momento algum confirmo ou incito que meu namoro está me atrapalhando em algo, mas acho que ele poderia ser mais leve, com mais comunicação porque ultimamente tem tido bem pouca e eu não sei se isso é causado pela convivência na mesma casa, por morarmos juntos. As vezes os casais se acomodam devido a essa "comodidade" de viverem juntos e como é minha primeira duradoura vez de estar morando com um namorado, não sei se ajo corretamente as vezes. Eu tenho a impressão que as vezes tenho a mania de ceder pra não entrar em conflito, fui descaracterizando partes da casa que eram muito minha cara pra poder ajustar à vontade dele e mais uma vez fico me perguntando se isso é certo de eu estar fazendo. Eu amo mimar a pessoa que eu namoro, mas não sei se ela entende que isso pra mim significa muito, principalmente ceder meus espaços, tirar minha decoração que há anos estava ali, cansar de tentar organizar as coisas sozinha, lavar a louça e as cagadas da pia sozinha e até mesmo fazer comida quando eu vejo que ele não fez, sendo que era ele pra fazer.
Acho que ultimamente tenho andado cansada, sensível demais e com muita vontade de chorar. Preciso entrar em contato com a gerente da clínica da minha psiquiatra pra conseguir receitas atualizadas pra comprar mais remédios porque os calmantes estão acabando e confesso que, para uma pessoa que foi considerada pela psicóloga como "estável", tenho andado tomando calmantes quase todo dia, ontem mesmo eu tomei 2. Ando chorando no ônibus, chorando na rua, no caminho do banco, voltando do banco, voltando pra casa, ouvindo música que não tem nada a ver com sensibilidade ou tristeza ou melancolia.
Se alguém ler isso aqui provavelmente vai achar que eu tô bem mal. Não se desespere, eu também acho kkkk mas espero que seja só uma fase, um momento. Estou esperando agendarem uma data mais próxima para minha psicóloga pra contar a ela todas as novidades de janeiro e sobre o vestibular, isso implica em começar uma nova guerra contra o plano de saúde pra marcarem consulta com ela aos sábados e eu nem imagino quando começar a especialização, que vai ser aos sábados! Acho que já deu pra entender que vou ter que sair do emprego em algum momento pra dar conta de tudo isso, não é mesmo? Ainda bem que eu tenho uma família que está ao meu lado, um pai e uma mãe que ligam pra mim, mesmo que de longe. Inclusive, recomendo que valorizem os pais de vocês, porque eles não vão estar aqui pra sempre pra lhe darem essa força e eu tô correndo contra o tempo pra ver se os estudos não duram muito tempo pra não ter que importuná-los tanto quanto a questões financeiras (se eu precisar). Eu desejo poder me empenhar o bastante pra me tornar uma professora ou geógrafa mais completa possível, pra que eu ganhe bem e possa realizar nem que seja os pequenos prazeres da vida da minha cachorrinha e os meus também, ver mais minha mãe e a gente poder sair pra fazer compras e bater perna por ai pra tomar sorvete ou açaí.
Saudade de quando a vida era mais leve e quando eu não tinha tanta vontade de chorar a toda hora.
Assinado, Joice.
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