Rejeição

No dicionário: substantivo feminino - Ação ou efeito de rejeitar (demonstrar repúdio). 
Na vida: já não posso dizer que é uma frase simples como a do dicionário.

Não é um assunto tão fácil de se ouvir, muito menos de se falar. Mas acontece. E acontece onde menos imaginamos. Sim, o final do ano mexe com meu emocional, não é novidade pra mim e nem pros meus mais próximos e esses últimos dias tenho aproveitado pra pensar sobre o que me aconteceu durante o ano de 2024. "Ah Joice, pensou em rejeições, sério?" Sério!
No decorrer desses mais de 360 dias, tive momentos de aceitação e de rejeição, fossem de pessoas, de coisas, de substâncias, de bem (ou mal) estar, dentre outras situações que envolvem essa sensação/sentimento. Faz mal pensar nisso? Não faz, é necessário. Uma coisa que eu aprendi, é que se há rejeição de algo/alguém, é porque tem alguma coisa que você tá fazendo ali que não tá dando certo, que não tá fazendo bem. E pra mudar essa situação, você tem que mudar, seja algum hábito, ou sua colocação na vida de alguém (ou a não-colocação). 
Difícil? Difícil. A sensação que eu tenho agora é de "perca de tempo" kkk Me recordo de uma frase que vi repetidas vezes no instagram que dizia "se era pra servir de aprendizado, preferia ficar burra" mas não. Acho que desde muito tempo eu tenho o (mau) costume de lidar com pressão em todas as áreas da minha vida, e deve ser por isso também que eu estranho quando em alguma situação as coisas estão leves, tranquilas, calmas demais. Parece que tá tudo parado, como se a adrenalina fosse "rotina" em tudo que eu fosse fazer, o medo, a ansiedade, o receio de alguma coisa sair errada, dentre outros sentimentos ligados à pressão. Então, esses "aprendizados" que o pessoal prefere ficar burro, serve mesmo de aprendizado pra mim, até mesmo pra entender que a leveza é necessária.
Ser rejeitada esse ano me fez bem, porque ao final de cada ciclo eu entendi que aquele não era meu lugar, que aqueles planos não se encaixavam no meu momento de vida, que aquelas pessoas não me queriam como eu pensava que queriam, muito menos me mereciam. Eu tô de um jeito que se meu corpo rejeitar um brinco, eu vou entender a mensagem: não é pra ficar aí, não é bem-vindo aí, tira. E o que eu vou fazer? Antes de tirar, bem capaz de eu ter tentado mil maneiras dele ficar 😅 o que não significa que foi em vão tentar, mas entendo que tem coisas que a gente tem que simplesmente aceitar, pro nosso bem.
Quando a gente começa a pensar que o que acontece é pro nosso bem, principalmente quando fazemos o que está ao nosso alcance pra dar certo, o sentimento é de consciência limpa. É real. Num dos primeiros meses do ano eu me chateei porque fui rejeitada, fiquei ansiosa, me senti um lixo, uma pessoa ruim porque não consegui me expressar bem, mas minha orientadora viu que eu tava estranha e me chamou pra conversar. Falando pra ela o que aconteceu, mostrando as mensagens que eu tinha recebido, ela me disse "Joice, veja, é uma pessoa assim que você quer pra sua vida, pra lidar com suas condições?"... sentiu aí o impacto? Quando lembro, sinto como se tivesse sido a horas atrás, essa conversa.  No começo eu entendi só como uma rejeição, mas tem gente que chama de karma, tem gente que chama de livramento e hoje eu entendo como um episódio necessário, pra entender que se alguém está mesmo gostando de você, esse alguém vai procurar lhe entender, não vai abandonar o barco quando um movimento estranho acontece. E mais uma vez, as vezes o que nos cabe é só entender que o que aquele momento pode lhe proporcionar é só isso: uma ausência, um distanciamento, uma "rejeição" e após isso, um aprendizado pro resto da jornada.
Acho que tenho lidado bem com minhas rejeições, sem alimentar tanto o momento, mas entendendo que faz parte do processo. E que coisas melhores virão.
E olha que esse pensamento todo foi por causa de um piercing rs

Assinado, Joice.

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