Sem fones
Não querer ouvir música é um sinal de alerta.
Hoje decidi sair sem fones.
Tive uma péssima noite de sono, e não sei o porquê, se desde segunda-feira tenho me dado o direito de descansar a mente. Sonhei que estava doente, e a situação parecia se repetir em loopig, como se eu acordasse e sonhasse a mesma coisa. Só que eu não acordava. Um sonho dentro do sonho, talvez? Eu nunca vou saber.
Sai de casa pra fazer exames e me veio uma sensação de stress. Fui até a parada de ônibus sem comer nada, por falta de apetite, ou talvez ansiedade. Me vieram todas as sensações de ansiedade: medo de não chegar a tempo, mesmo saindo 2h antes de casa; pálpebra tremendo, e nunca mais havia tremido; coração acelerado sem motivos aparentes, não estou apaixonada. Era ansiedade. E eu queria chorar.
Queria chorar mas ao mesmo tempo não via motivos, não sabia o porquê disso. Comecei a olhar pela janela do ônibus os pequenos detalhes da vida: o gato encima do muro, as folhas caindo e sendo levadas pelo vento, a senhorinha aleijada sentada na ciclofaixa, o senhor subindo o vidro do carro com as próprias mãos. A minha boca amanheceu ressecada, bem típico de um episódio de ansiedade. Voltando pra casa sentei do lado do sol, tentando fingir o hábito saudável de pegar sol antes das 9h. Eu falho. Eu falho tanto que as vezes o sentimento só vem forte nessa época de fim de ano.
Por que será que a gente se sente assim? Pelo que entendi, a ciência explica essas sensações. É o sentimento de encerramento de ciclo e tudo que a gente não fez, ou que não deu pra fazer, começa a pesar na consciência. Nessas horas que faz falta ter alguém pra abraçar ou encostar a cabeça no ombro e pensar, lamentar ou só ficar em silêncio. Espero que sinceramente isso passe logo, pois no fim, o que me sobra é o sentimento de apatia.
Assinado, Joice.
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