O CVV me salvou
Olá caros leitores, já fazia um tempo que eu não vinha aqui dar notícias mais detalhadas sobre mim (o que realmente não costumo fazer, pois escrevo sobre aleatoriedades).
Depois de um fevereiro cheio de provações, achei que tinha chegado o meu momento de descansar. Estava enganada. Dia 1º de março já tive um stress em casa, o qual me resguardo de aprofundamentos, os meus mais próximos sabem e sabem que não é de hoje que isso vem acontecendo. O fato é que isso me deixa muito ruim, de um jeito que eu perco as forças, a vontade de fazer o que eu teria que fazer, e não consigo pensar nem mesmo que existe um horizonte que me espera, coisas boas a conquistar, a chance de sair do lugar onde estou e conquistar minhas próprias coisas mesmo que na minha velocidade, porém sem críticas e sem grosserias e afins. A minha sorte é que eu tenho anjos, os quais posso chamar de amigos :)
Eu não sei o que seria de mim sem eles, sem essas poucas pessoas que eu posso contar nos dedos das mãos (e ainda sobra dedo) mas que são o suficiente pra estarem comigo nos bons e nos maus momentos. Depois do ocorrido, consegui sair pra almoçar fora, cheguei a ir num dia de carnaval na praça do Benfica balançar um pouco o corpo e julgar as pessoas com meu amigo Alan, descansei em casa até voltar ao período de trabalho e enfim dizer... FELIZ ANO NOVO!
Só que não parou por aí. A maioria (quiçá todos que me lêem) sabem que eu tenho TPB, então a depressão é uma característica desse transtorno. Contudo, acho que não era o transtorno que estava me causando tanto vazio assim. Era a depressão.
Desde o começo de março eu vinha chorando quase todos os dias, e isso pra mim não é normal porque uso medicamento antidepressivo onde a química dele inibe o choro e outros sentimentos. E mesmo utilizando do medicamento diariamente, o choro aparecia e eu como carteirinha carimbada de psicoterapias e dezenas de consultas psiquiátricas, fiz o recomendado: chorei. Chorei, chorei, chorei muito, parei, inchei o rosto, chorei mais, fui abraçada, chorei junto, chorei sozinha. Chorei. Mas parece que não foi suficiente.
Segunda passada foi meu ápice. Uma sensação de ambiente pesado em casa, de insuficiência (mesmo escrevendo pro TCC). A sensação é que eu não estava nesse mundo, que eu estava vendo a vida acontecer e não conseguia reagir. Queria me distanciar de tudo e de todos. O fim de semana que se antecedeu foi da mesma forma. Até que em um momento de desespero, eu lembrei de um aliado meu do ano de 2015, um dos piores anos em que estive deprimida: CVV.
Me recordo que foi na TV a primeira vez que ouvi falar sobre o Centro de Valorização à Vida, que caso você estivesse se sentindo triste, sem saber o que fazer, ligasse 188. Eu não tinha telefone fixo aqui, mas tinha internet então procurei o site e encontrei a opção de chat. Foi lá que eu consegui um pouco de alento em 2015, e na segunda-feira dessa semana também. Eu sei que tem muitas pessoas que não conseguem desabafar pra pessoas estranhas, que não conhecem ou que não estão vendo; sei que pode parecer que estamos falando com uma IA, mas não é. Realmente são pessoas, são pessoas que perceptivelmente tem valor à vida e estão ali pra lembrar da gente que viver vale a pena. Eu conversei com a Ana e com a Michelle, e me senti muito melhor depois disso, muito mais calma. Elas me lembraram que os tempos ruins passam, que existem pessoas ruins no mundo mas a gente tem que ser persistente no que a gente almeja, no que a gente sonha, nos nossos planos e não deixar que essas pessoas invejosas e de coração amargo impeçam a gente de lutar, que elas tirem nossa força e foco, muito menos nossa fé.
Eu não posso deixar de agradecer à Deus e a todas as forças superiores pelos amigos que eu tenho. Mas como eu sei que nem todo mundo é extrovertido a ponto de ter amigos com quem contar, resolvi escrever especificamente sobre o CVV. Não é fraqueza pedir ajuda, ou desabafar com alguém, mesmo que você não conheça essa pessoa. Lembre-se que sua vida importa, só você tem os seus sonhos, só você tem esse seu jeitinho especial de falar, andar, resolver as coisas que lhe põem pra resolver, só você tem o seu sorriso :)
E depois de dias de choro, tristeza, vazio, sentimento de inutilidade, insuficiência e de culpa, eu acordei melhor, mesmo que chovendo. E mesmo com o clima propício para passar o dia deitada na cama, eu resolvi levantar e fazer o que tem que ser feito. Hoje, eu sou e decidi ser mais forte.
Obrigada CVV, você me salvou naquela segunda. Sei que eu não estou só.
Assinado, Joice.
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