Tentando me reequilibrar
Caro leitor, se você leu meu post anterior, deu pra entender o que mais ou menos eu passei no último mês. Dando segmento aos dias, ontem minha mãe e irmã voltaram pra minha cidade natal, o que me deixou um pouco mais aliviada mentalmente, psicologicamente, psiquicamente, energicamente. Não esperava que isso fosse acontecer tão cedo, já estava me acostumando a perder meus cílios com a caspa nervosa e minha boca ainda tá ressecada, tenho usado batom hidratante nos últimos dias pra que amenize isso tudo, sinais de stress pelo que eu pude perceber.
O que eu tenho a dizer, em resumo, é que as coisas já melhoraram praticamente 90% depois que elas foram embora. Meu sistema digestório voltou a funcionar mais do que deveria, mesmo sem eu tomar água (minha mãe insistia que ele não funcionava porque eu não tomava água com frequência e sim, eu sei que devo incluir mais água nos meus dias, sorry...), tenho comido menos (porque com elas aqui eu tava comendo mais do que o normal pra mim mesma, ou só quando tenho fome mesmo), não me sinto mais tão nervosa como antes, pressionada, stressada, com angústias ou agonias. Não tive pesadelo de ontem pra hoje e isso é bom; fiquei um pouco tensa ontem devido uma reunião com o pessoal do laboratório da faculdade mas é isso aí, a gente tem que produzir pra deixar a cabeça funcionando e tentei dormir na minha cama, o que me fez acordar mais tarde, entretanto não foi nada fora do esperado, foi reconfortante. Fiz meu almoço, lavei minha louça, falei com o Maurílio, dei lanchinhos pra ele como sempre faço (eu mimo meu hamster com biscoitos cream cracker e pipocas).
Me mantenho sem terapias e falando com a Rejane (minha melhor amiga que ainda trabalha no call center que a gente se conheceu), ela disse que o plano de saúde ainda mantém as consultas suspensas e isso dói em mim, porque uma pessoa line* precisa de atendimento toda semana. O que eu ainda tenho fé é que o psiquiatra mantenha minha consulta marcada pra semana que vem.
Gostaria de ressaltar mais uma vez que não sinto ódio, raiva ou rancor da minha família, mais especificamente dos meus pais e da minha irmã, entretanto ambos me deixam com a energia desequilibrada, minha mente confusa e meus sentimentos desorganizados, tirando a parte psicológica bem abalada, quase fora de controle e com tantos anos de terapia que eu tenho, aprendi que eu tenho que me respeitar, tenho que me proteger do que me faz mal, do que me deixa mal, do que me machuca, já que conversando com eles sobre isso não adianta mais (infelizmente). Amig@s, aquele ditado de "quando um não quer, dois não brigam" nem sempre funciona. Acredite, as vezes tem gente que quer brigar sozinho e mesmo você se retirando, a pessoa continua brigando e isso é um pouco constrangedor, assim como algumas outras atitudes que eu já vivi e espero não viver mais com a minha família.
Quanto a quarentena, eu espero que dure o tempo necessário pra gente sair de forma segura de casa. Eu já estou tentando me reequilibrar mentalmente desse mês que eu passei ora ociosa, ora cansada demais, ora triste, ora angustiada, ora desesperada a ponto de me trancar no banheiro, sentar no chão e chorar pra descarregar tudo e sair como se nada tivesse acontecido. Quase todos os dias tem chovido e eu peço a Deus que conforte as pessoas que sofrem com as perdas de seus entes queridos pro vírus, que perdem suas casas pros alagamentos, que não tem o que comer e que não tem pra onde ir, que não tem como comprar uma máscara ou lavar as mãos com água limpa. Eu sinto a dor no peito, não a ponto de ir pro hospital, mas sinto. Tento me preservar e espero que você que esteja lendo, tente se preservar também, pelas pessoas que você conhece e não conhece. Ore, reze, faça suas preces, peça que o pior passe, independente de sua religião.
Agora eu vou tentar me reequilibrar, graças a Deus, da forma que eu conseguir, no meu espaço de paz. Procure ficar bem da forma que tiver ao seu alcance, no final tudo vai ficar bem.
Assinado, Joice.
*pessoas com transtorno Borderline
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