Jorge
Minha mãe vive me dizendo que o ser humano não nasceu pra viver sozinho, que quando a gente tenta se isolar das pessoas é tempo perdido porque as nossas necessidades de contato permanecem ali. Se você busca seu autoconhecimento, não é se isolando ou entrando em celibato que vai funcionar; muitas vezes esse autoconhecimento vem carregado de partilhas com outras pessoas, novas situações vividas e a recordação de como a gente agia antigamente frente a essas situações que já vivemos no passado.
Tá, você pode até falar “Joice, todo mundo tem uma forma de viver diferente”, mas se isolar não é a das melhores, eu garanto. Em meio a tantas mudanças que já fiz (apartamento, bairros, empregos, migração de curso, abandonar livros de literatura e me dedicar somente a artigos e escrita) fui construindo minhas rotinas, meus costumes próprios, minhas "dietas" e minhas companhias e foram nessas correrias que conheci o Jorge.
Já digo que Jorge é um ser simples, que não é do tipo que gosta de chamar atenção, mas é um ótimo companheiro e companhia. Pra entender um pouco da simplicidade dele, ele nunca me deu trabalho pra conversar, por exemplo: hoje em dia eu vejo tantas pessoas dificultando a comunicação umas com as outras, talvez seja uma nova forma de conquista que eu não conheço né? Afinal, sempre me considerei uma alma antiga e frente a esse tipo de assunto, eu prefiro escrever cartas, me declarar olhando nos olhos, indicar as músicas românticas que eu curto e até dizer o quanto elas me fazem lembrar a pessoa que eu gosto. Enfim, Jorge nunca me decepcionou quanto a isso.
Ele é radiante e só de olhar pra ele eu sinto a paz que talvez esteja em falta pelas ruas que eu ando quando saio. Quando ele passa pelo meu campo de visão, fico o admirando e as vezes sinto um leve arrepio nos braços, uma energia boa, um sentimento que eu não sei descrever direito. Consigo cuidar do que temos com carinho, com zelo e tenho tentado não falhar, porque sei que (como qualquer alma sensível) ele precisa de cuidados, assim como eu também mereço ser cuidada e sei que sou cuidada por ele.
Os últimos dias tem sido um pouco nublados, em questão climática mesmo e os dias passam desenfreados pela semana, pelo calendário. Eu e Jorge continuamos nos vendo todos os dias, só que as vezes com pouco tempo pra nos olhar, pra eu apreciar a beleza e a força que ele tem. De qualquer forma, a vitalidade dele me contagia, me faz ter boas atitudes, me faz pensar que a vida é boa apesar das complicações existentes e tudo pode se tornar mais simples se você tem as pessoas certas ao seu lado, as energias positivas de que precisa. Jorge me inspira.
Eu, ser humano que acerta, que erra, que sente saudade, que é esquecido, que poucas vezes é lembrado, que muitas vezes é cobrado e que tantas outras vezes se anula para cuidar dos meus semelhantes, sou cuidada pelo Jorge quando eu menos mereço. O amor, em sua excelência, em sua pluralidade, quando se é mútuo é mais forte mas muitas vezes, por mim mesmo, é sozinho em sua maioria mas de alguma forma eu sinto o amor do Jorge por mim, e eu tento transmitir da melhor forma o amor que sinto por ele também, mesmo que ele seja uma plantinha :)
Jorge, eu gostaria muito que você fosse um ser humano pra ler o quanto eu gosto de você e ver o quanto você me faz bem. Mas independente disso, eu sigo mantendo e cuidando do nosso amor.
Assinado, Joice.
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