Vazio a sós, Amor à três
Tem sido presente uma sensação de vazio no meu peito. Demorei um pouco para perceber que é realmente um vazio porque há muito tempo eu não sentia isso como estou sentindo agora. Já pensei de diversas maneiras como fazer com que isso passe. Sem sucesso. E não é com compulsão alimentar que vai resolver também.
Essa tarde não me deu sono, ao mesmo tempo que também não almocei. Eu pouco senti minha barriga vazia e aproveitei que tô comendo pouco para simplesmente não comer porque né, emagrecer é preciso. O mês de agosto desse ano parece que vai passar devagar, mas espero (de verdade, com força) que eu esteja enganada, afinal há muito o que fazer. Começo da semana tentei tocar e falhei; aproveitei esse tempo para cortar minhas unhas o mais curto possível, fato que me ocasionou dor. Quando o assunto é dor, eu já senti muitas e talvez essa seja só mais uma entre tantas da minha coleção. Sentir dor não é algo que me orgulha, nem mesmo os efeitos colaterais da ansiedade, mas admito que é uma coisa que eu tenho aprendido a conviver. A dor na lombar quando aparece, a dor nas pernas pelo cansaço do dia a dia, a dor no peito pela angústia ou agonia, a dor nos olhos pelo óculos que eu ainda não troquei, a dor do vazio que sinto por não sei o quê. Talvez essa última seja a pior de todas.
Descobri essa semana que vou precisar trocar os remédios, isso me fez ressuscitar o sentimento que eu tive quando descobri que teria que tomar remédios continuamente por um tempo indeterminado. Acho que esse é um dos assuntos dos quais eu precisava falar, colocar para fora. Apesar de tantos anos tomando medicamentos para uma doença crônica, ainda é doloroso para mim admitir que sou uma dependente química mesmo que autorizada pelos médicos e com prazo indeterminado para parar.
Gostaria que na vida real eu fosse mais independente do que estou aqui nessa página de internet, ou quando escrevo uma carta e envio pelo correio para alguém, ou quando escrevo alguma carta no papel e enviou a foto dessa carta para alguém porque não vou conseguir enviar por correio a tempo de dizer o que estou sentindo. Dependência, independente do que seja, é uma coisa que querendo ou não ainda dói em mim e me deixa reflexiva a ponto de não saber para onde olhar, se eu fico sentada ou deitada para me sentir confortável, ou se eu tomo água e não café.
Imprevisivelmente, coloquei um filme que estava nos lançamentos da Netflix para assistir e o nome desse filme é "Amor a Três". Só por ser a três dá para imaginar mais ou menos o quanto pode se tornar confuso, principalmente quando se começa o filme com término de um relacionamento. Eu cheguei exatamente na metade do filme agora (16:53h) e a personagem principal está com os possíveis "amores" no mesmo encontro e nessa quase uma hora de filme, ela já mentiu para um deles várias vezes. Enfim, acho que vou continuar vendo o filme e continuar também me lamentando por algumas outras coisas, seja por remédios ou pela ansiedade ou pela escrita que não sai por conta da indisposição mental que eu estou sentindo e descobri que existe em mim nesse momento. Acho que tem sido difícil lidar com essas novas alterações na minha mente, desencadeada da falta de funcionamento dos medicamentos no meu corpo e na minha mente. A verdade é que os outros não pensam sobre a sua indisposição mental ou sobre seus problemas com relação a algum tipo de tratamento que não está funcionando ou que está em deficiência. Cada um só quer saber de si e eu acho que falta esse egoísmo dentro da minha vida, comigo mesma, porque ainda ontem fui alvo de gente agressiva que adora ser superior sendo que é só mais um que talvez um QI não sustente ela dentro de um ambiente de trabalho. É a tal da "personalidade forte", vulgo desculpa para ser ignorante ou arrogante. Deve ser por isso que eu sou "boazinha", porque não consigo ser escrota.
Só quero que o fim do mês chegue logo para ir ao psiquiatra e até lá já tenho passado por outros três ou quatro especialistas para resolver minha vida. Espero que você esteja melhor do que eu, cara o leitor.
Ah! Sobre o fim do filme, a lição de moral foi: amor a três não funciona quando existe uma mulher indecisa por dois homens; ela pode acabar sozinha, ou com um bebê pra criar... sozinha.
Assinado, Joice.
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